sexta-feira, 9 de julho de 2010

Tuna do Orfeão Universitário do Porto: Anos 60 - II

Em 1961 sob a direcção de Belarmino Soares, adopta o nome de "Tuna do Orfeão Universitário do Porto". Em 22 de Março de 1962 no Sarau comemorativo do 50º Aniversário do O.U.P. a Tuna reúne várias gerações no palco do Coliseu do Porto. Participa nos variados espectáculos do O.U.P. e nas suas digressões.Edita em 1962 um EP com os temas: "Amores de Estudante", "Clavelitos" e "Suite Académica". Alguns anos depois, sob a regência de Nelson Durão grava um 2º EP, desta vez incluíndo "O Nosso Encontro", "Adeus Corunha" e "Miscelânea".

"Corria o ano da Graça Orfeonico de 1959/60, 48º das duas calendas...até os caloiros, na sua néscia inocência saboreavam a sombra inebriante da recente e gloriosa digressão a Moçambique (a primeira)..e eís que um Doutor, mais atento às manifestações zoológicas, captou as emanações insípidas irradiadas por um recém adquirido caloiro, de olhar em jeito de semifusa vagueando, hesitante, entre claves. Com a sua afinada mestria de domador experiente limpou-o da ganga dissonante que o revestia, deu-lhe o lustro devido nas  partes mais necessitadas e marinou-o, com engenho e arte, num banho das melhores essências vínicas, em doses económicas. Após esta laboriosa tarefa preparatória, o Doutor Vaz, exímio na retórica,  conseguiu convencer os seus cépticos pares de que tal caloiro - que respondia ao   nome de Belarmino - preenchia as condições semínimas para justificar o risco de um investimento, ainda que inseguro. E vai de aventurar-se na constituição de uma Orquestra Típica, belarmínica e pacientemente construída. Bom investimento foi esse! A orquestra nasceu, cresceu e fortificou até que, na noite de 22 de Março de 1962, enriquecida com o contributo de Tunos gerontes de 1912, 1922 e 1937, explodiu no palco do Coliseu do Porto, encerrando o Sarau comemorativo do cinquentenário do O.U.P. e, assim, conquistando a legitimidade de, para todo o sempre, usar o título de Tuna e, tocando e cantando, espalhar por toda a parte, "urbi et orbi", a perenidade dos Amores de Estudante."

Bernardo Teixeira Coelho


Fonte:Contra-Capa do CD "Um Percurso"

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