quinta-feira, 27 de junho de 2013

I FITU Cidade do Porto - 1987

Deixo um depoimento deveras interessante sobre o embrião do que foi o I Festival Internacional de Tunas Cidade do Porto. Quem no-lo conta é o proponente da ideia, António José Vasconcelos:


“Numa reunião preparatória das Comemorações dos 75 anos do OUP, algures no final do terceiro trimestre de 1986, ao propor-se um programa de actividades para os 75 anos, foi proposto pela Direcção a realização da [I] Bienal [de Canto Coral do Porto] e de uma exposição, mas achou-se que seria pouco…”

A Tuna Universitária do Porto (tal como a conhecemos hoje) estava a dar os primeiros passos: “eu propus, um pouco a medo digamos, a realização de um Festival Internacional de Tunas Universitárias, já com o nome de “Cidade do Porto” [o comum em Espanha era os festivais terem como subtítulo o nome da localidade de acolhimento], (…) eu vivia em Fafe, e lá via melhor a TVE do que a RTP (coisas do passado recente ) e levantava-me sempre cedo aos Sábados de manhã para ver o Concurso de Tunas do “Gente Joven”.

Sempre imaginava a nossa Tuna do OUP (que era assim ainda chamada) a deixar as cadeiras de lado, a colocar os nossos emblemas da capa bem à vista, a balançar enquanto cantava e mandar umas larachas no meio das músicas…muito à imagem do que via nesse concurso (…).”

No concurso desse ano destacou-se a Tuna Universitária de Medicina de Cádis, razão pela qual foi convidada a vir no ano seguinte, juntamente com o coro da Universidade, já que vários integrantes da tuna pertenciam também ao Coral Universitário de Cádis - um dos convidados para a Bienal dos 75 ano, que, aliás, teve um sucesso assinalável. Porquê um festival de tunas (e não outra coisa qualquer)?

“Apareceu antes, realmente uma ideia de fazermos um Festival de Folclore Internacional… mas como, nessa altura, havia um em cada esquina, a ideia ficou por aí… e avançámos com as iniciativas inéditas ou quase… por uma questão de prestígio e inovação… e resultaram… pena foi que não continuassem com a Bienal… (…) ainda antes do I FITU, eu e o Miguel Araújo fomos convidados a ir a Cádis (presumo que em Junho/Julho 1986) para nos apercebermos do que era o ambiente de Tunas e de Festival de Tunas, que foi num pequeno Certamen de tunas de Jerez de la Frontera, com várias tunas de Espanha… e assim foi durante 4 dias! O FITU já foi organizado muito à imagem de um Certamen… com pasacalles, apresentações noutras cidades, etc.”

O I FITU teve um carácter não-competitivo: o que se pretendia era assinalar as bodas de diamante do OUP, por um lado, e criar/reforçar laços de amizade e fraternidade académica, por outro. Começámos por investigar que outras tunas de carácter estudantil existiam em Portugal. Em 1986, o panorama era mais do que escasso e resumia-se aos dedos de uma mão: OUP, Associação dos Antigos Orfeonistas da UP, Tuna Académica da Universidade de Coimbra, Estudantina Universitária de Coimbra, Tuna dos Politrecos da UTAD e Tuna Académica do Liceu de Évora.

Responderam favoravelmente a Tuna da AAOUP (nem podia deixar de ser), a TALE e os “Politrecos”. De Coimbra, a TAUC respondeu que “ao Porto, nem pensar. Nós só participamos em Certamenes em Espanha.” Respeitou-se a vontade. Perante uma resposta deste teor, já nem se convidou a Estudantina. Era este o lamentável estado das “relações” entre instituições universitárias nesses tempos. Felizmente, assistiu-se a uma inversão total: Estudantina e Universitária só não são irmãs no papel – prova do amadurecimento pessoal e institucional. A partir daqui, a história do FITU é conhecida, com os seus altos e baixos, grandezas e misérias, encontros e desencontros com a História.


[Agradecimento ao Tó-Zé Vasconcelos pela paciência e ao Eduardo Coelho pelo preciso auxilio…]

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Tuna de Engenharia da Universidade do Porto - 1988



Do historial da Tuna de Engenharia da Universidade do Porto retiramos o seguinte texto - muito pouco mutável, aliás, ao longo dos anos se analisados alguns libretos de certames de outros tempos. De notar que no seu sitio na internet  - http://gnomo.fe.up.pt/~teupwww/novo/index.php - consta ainda a relação dos seus fundadores e onde se constata a sua natureza mista à data da sua fundação.




"Nasce a 7 de Novembro de 1988. O Rio Douro, os barcos rabelos, os monumentos, as ruas, o ressurgir das Tradições Académicas, fazem com que a Urbe reconheça o seu peso histórico, Berço ideal para que, inspirados pelo romantismo e beleza da Cidade Invicta, se concretize um velho sonho: A Tuna de Engenharia da Universidade do Porto!


Sendo a segunda Tuna mais antiga da Cidade do Porto e a primeira exclusiva de uma Faculdade é pois, precursora do fantástico movimento musical que entretanto se gerou. A formação de Tunas na maioria das Universidades, Faculdades e Institutos da Academia do Porto e do resto do País, assim como os sucessivos Festivais e Encontros de Tunas são disso prova.

Tem por apanágio o convívio são, boémio e com cantigas que deleitam. Ponto de encontro de amizades, com chatices à mistura, revela um espírito peculiar pela motivação e empenho que deve reger o seu comportamento.


Pela Praxe: disciplina e educa.
Pela Música: instrui e diverte.
Pelo Espírito: é perseverante e lutadora.





Complementar de uma vida estudantil exigente, é o escape e a distracção, sendo uma forma saudável de estar na Universidade. Os magros patrocínios que lá vão chegando evitam, por vezes, que cada um despenda do seu próprio bolso. Sem fins lucrativos, apenas a troco de transporte, dormida e uma boa jantarada, fazem as malas e seguem para mais um espectáculo. Ao todo já somam mais de uma centena por essas cidades do país e do estrangeiro. Com actuações na Alemanha, Holanda, Bélgica, França, Espanha, Inglaterra e Brasil, assim como nos Arquipélagos dos Açores e da Madeira.

As suas canções ficaram marcadas no tempo, no disco que a Tuna editou na Queima de 93, e no CD "Para lá dos Palcos" editado em Março de 2007, contendo clássicos da TEUP como "Só um beijo" ou "Ojos de España", até instrumentais como as "Czardas" de Monti ou "Peer Gynt" de Grieg.





O carinho que toda a Academia lhe dedica, é a razão de ser dos sucessivos convites para as diferentes actividades académicas, e outras, que lhe têm sido dirigidos. A Tuna de Engenharia da Universidade do Porto, será sempre uma presença certa no meio universitário, nas ruas do Porto, em serenatas às donzelas e no coração de quem por ela passou e irá passar."


[Agradecimentos: Marco Coelho e Pedro Gonçalves - TEUP]

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Ultimo Quartel do Séc.XX na Academia do Porto


O ultimo quartel do Século XX referencia o surgimento tímido 1º e depois explosivo - de onde veio o termo «boom» aplicado a esse ressurgimento - trouxe o nascimento da esmagadora maioria das Tunas estudantis que hoje conhecemos na Academia.


Vamos a par e passo e por ora, quedar-nos nas fundadas oficialmente nos anos 80 do Século XX: Tuna de Engenharia da Universidade do Porto e Tuna Feminina do Orfeão Universitário do Porto.

Trata-se da 1ª tuna exclusivamente de uma Faculdade em Portugal e, no caso da 2ª, da 1ª Tuna Feminina Portuguesa nesta época - o  "Qvid Tvnae" referencia outros agrupamentos anteriores, embora não com carácter formal e permanente.

Refira-se que as datas de fundação nas tunas estudantis referenciadas  são indicadas pelas mesmas, no entanto, sabe-se e com conhecimento de causa, quer junto dos intervenientes, quer presencialmente, que em muitos casos a actividade tuneril já era exercida anteriormente à data de fundação indicada - que não raras vezes serviu o propósito de marcar uma data fixa, ou por força de algum momento em especial (espectáculo, etc) ou então por via da mera fixação dessa data.

Brevemente daremos tal à estampa.

Tuna Académica do Porto 1897

Tuna Académica Porto, 1897 Repare-se no número 55, Álvaro de Sousa e sua legenda......