quinta-feira, 28 de junho de 2012

A Tuna Civil no Porto


De acordo com o "Qvid Tvnae" e no que se refere a este apartado em concreto, consegue-se percebe claramente que a Tuna de índole Civil foi uma realidade no início do Século XX na cidade do Porto. Muitos agrupamentos seguramente e daí em diante poderão ser referenciados.

A Obra "Qvid Tvnae" mostra-nos, contudo, 3 agrupamentos em concreto e referenciados nessa época, sem prejuízo da existência hipotética de outros: A Tuna do Clube dos Girondinos, a Tuna-Orquestra da União dos Empregados de Comércio do Porto e a Tuna da Mocidade Portuense (da qual não se dispõe de dados concretos sobre a sua natureza não estudantil).


Vamo-nos deter agora sobre uma em concreto, a Tuna Orquestra União dos Empregados de Comércio do Porto. Diz o “Qvid Tvnae”:


«Em 1907, nasce a Tuna‑Orquestra União dos Empregados de Comércio do Porto que, segundo O Tripeiro, chegou a ser no género a melhor organização musical do país.
Esta tuna, cuja actividade se manteve até pelo menos 1936, assume especial importância na história portuense, pois foi a própria a ofertar à cidade o seu hino, com música do maestro Figueiras e letra de Maximiano Ricca:

Quando outras razões e importantes razões haveriam não explicassem esta despretensiosa evocação, uma só bastava: o seu nome assinar a composição do Hino da Cidade do Porto, cujo poema o poeta Maximiano Ricca abre desta maneira:
                       
‘Salvé, ó Porto valoroso
                        Ó Porto liberal’.

Foi este hino editado e oferecido à Cidade pela Tuna‑Orquestra União dos Empregados de Comércio do Porto, e oficialmente aprovado pela Câmara Municipal do Porto em sessão de 6 de Novembro de 1913, como se lê no Livro de Vereações de 1913, n.º 167, fls 29 v.º. »


Mais se adianta agora sobre a Tuna da Mocidade Portuense:
Em 1915, O Tripeiro dá conta da fundação da Tuna da Mocidade Portuense:


Dia 14‑15 – Funda‑se a Tuna da Mocidade Portuense, com sede à Praça do Exército Libertador, 117, nova sociedade musical de que faziam parte Mário Gomes de Barros, Ernesto Augusto Rodrigues, Fernando Teixeira, Carlos Gomes Soares, Severino Pinto e António da Fonseca Alves, e de que foi nomeado primeiro regente este último apaixonado amador.


Nesse mesmo ano, a Tuna dos Empregados do Comércio actua na Póvoa de Varzim, no «Teatro Garrett», a 25 de Abril:  «A Tuna dos Empregados do Comércio executou a nova marcha O POVEIRO, composição do Dr. Josué Trocado.»
  
Citam-se os Autores do "Qvid Tvnae", por fim:

“O facto é que nos foi manifestamente impossível verificar todos os arquivos e hemerotecas municipais e distritais. Por outro lado, o facto de muitos dos protagonistas da época não fazerem registo das suas actividades, ou de esses mesmos registos se terem perdido no tempo, dificultou‑nos a tarefa. Numa larga maioria dos casos, também não nos foi possível obter dados sobre o tempo de vigência das tunas acima mencionadas. Pensamos, contudo, haver muito ainda por descobrir e aprofundar, dado o imenso espólio que ficou por explorar, de norte a sul do País e Ilhas.
Ainda assim, julgamos que este breve apanhado é suficiente para se ficar com a ideia da existência de uma prática generalizada em Portugal.


N.B. - Brevemente deixarei Fotos da Tuna-Orquestra União dos Empregados de Comércio do Porto.

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